Ele é natural de Joaçaba, no Oeste catarinense. De família humilde, Alexandre Danielli decidiu ir em busca de uma vida melhor. Não sabia falar Inglês e não tinha dinheiro. Mas deu um jeito. Fez um jantar beneficente convidando familiares e amigos e com o lucro conseguiu viajar para os Estados Unidos.
O restante dessa história foi contada por ele na palestra “O que aprendi sobre empreendedorismo na guerra”, realizada na noite de quinta-feira, 06 de agosto, durante o 2º Integra Núcleos. O evento, promovido pelo Conselho de Núcleos da Associação Empresarial de Rio do Sul (ACIRS), aconteceu no Bituin Bar e Restaurante, reunindo mais de 100 empresários que participam dos 13 núcleos mantidos pela ACIRS.
E não foram poucas as vivências relatadas por Alexandre, começando pela busca de oportunidades de trabalho no exterior. “O pior erro é sair do Brasil, pois você sente muita saudade da família e dos amigos. Mas os países de primeiro mundo têm uma qualidade de vida que não existe aqui. Fui pedreiro, auxiliar de limpeza e churrasqueiro. Ganhava mais do que um executivo no Brasil”, afirmou. Ele aproveitou a oportunidade e fez faculdade, aprendeu inglês, se virou como pôde. Até que… percebeu como os americanos respeitam os militares e como os mesmos conseguem benefícios, inclusive no mercado de trabalho. E lá foi o Alexandre se alistar no Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos.
Os relatos fizeram a plateia rir muito, mas também se emocionar com passagens sobre situações difíceis como o terremoto no Haiti, em 2010. “Tínhamos que correr para montar o acampamento, vendo as pessoas morrendo ao nosso redor. Chorávamos ao ter que deixar para trás quem não era prioridade no salvamento”, lamentou o ex-combatente.
Mas ele também contou histórias felizes, que o fizeram se apaixonar pelo empreendedorismo. Isso aconteceu no Afeganistão, onde sua equipe do exército americano era responsável por promover o desenvolvimento da economia nas regiões onde atuavam. “Administramos os recursos disponibilizados pelo exército para fomentar o empreendedorismo em lugares extremamente carentes. Criamos padarias, mercados, açougues. Mesmo com péssimas condições estruturais dávamos ao povo uma nova alternativa de renda”, lembrou. A ação social fez deles um alvo dos terroristas. “Por várias vezes fomos atacados. Numa delas pensei que nunca mais iria ver minha família de novo e, em outra, fiquei seis dias em coma”, completou.
A palestra foi repleta também de informações culturais, religiosas, geográficas, climáticas e históricas dos países por onde ele esteve. Na volta ao Brasil, aprendeu a valorizar muitas coisas em sua vida, que antes não dava tanta importância. “Não tenham medo de arriscar. Incentivem os sonhos das crianças e dos jovens para que no futuro eles mudem a situação econômica do país”, acrescentou Alexandre, que atualmente é dono de uma empresa de consultoria.
A trajetória dele foi elogiada pela plateia. “Foi muito interessante tudo o que ele falou. É uma história de vida bem diferente daquilo que nós vivemos hoje. É uma lição que nos incentiva a querer mais e a batalhar mais pelo que a gente quer”, disse Patrícia de Souza, do Núcleo de Segurança do Trabalho (NST). “Achei surpreendente. Um brasileiro fora do país, trabalhando duro e agora trazendo para o Brasil sua experiência sobre o empreendedorismo na guerra”, foi a opinião de Ivonei Leandro, do Núcleo de Agências de Propaganda (NAPRO).
O Integra Núcleos foi criado para promover o desenvolvimento pessoal e profissional dos nucleados, além de oferecer um momento para ampliação da rede de contatos e geração de negócios. Interessados em fazer parte dos núcleos da ACIRS podem ligar para (47) 3531-0500.
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