Ajuda mútua, responsabilidade, democracia, igualdade, equidade e solidariedade são valores do cooperativismo, movimento que atualmente mantém 250 milhões de empregos diretos, em 95 países. “Um bilhão de pessoas no mundo são cooperadas e se formos somar seus familiares, chegaremos a quatro bilhões, isso é mais da metade da população do planeta. O cooperativismo é algo que as pessoas desejam cada vez mais”, afirmou Márcio Lopes de Freitas, presidente da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB).
Freitas foi um dos palestrantes do 1º Fórum das Cooperativas do Alto Vale do Itajaí, promovido pelo Núcleo de Cooperativas, da Associação Empresarial de Rio do Sul (ACIRS). O evento aconteceu no sábado, 03 de setembro, com a presença de cerca de 150 dirigentes das cooperativas nucleadas. Também estiveram no encontro, o presidente da ACIRS, Alex Detlev Ohf, e o presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC), Luiz Vicente Suzin.
Em sua apresentação Freitas ressaltou que Santa Catarina é o estado que melhor executa o cooperativismo pela diversificação das atividades e pela presença na comunidade. “São 260 cooperativas, divididas em 12 ramos, que crescem continuamente, apesar da crise econômica atual”, pontuou. Ele deu exemplos do setor em alguns países, comparando com o Brasil, e mostrando que é possível desenvolver mais. O cooperativismo abrange 30% da população brasileira e gera 361 mil empregos diretos. “No Congresso Nacional, a Frente Parlamentar Cooperativista não tem uma bandeira partidária específica, pois são vários os partidos envolvidos”, acrescentou. Ele concluiu incentivando a colaboração entre as cooperativas para o desenvolvimento econômico do Alto Vale.
A palestra final foi sobre “A política econômica em cenários de incertezas”, com o economista, Otto Nogami, que falou dos três principais indicadores da macroeconomia: Inflação, resultados fiscais e taxa de câmbio. “Se um deles falha, compromete todo o equilíbrio”, revelou. Nogami mostrou a relação entre as estratégias econômicas e políticas e quais as alternativas para solucionar os problemas. Também deu uma aula sobre IPCA e IGP-M e mostrou como o Brasil chegou ao déficit de R$ 146 bilhões no Resultado Primário até junho deste ano. “O governo é incapaz de gerar caixa para pagar juros da dívida pública, gasta mais do que arrecada, a política econômica se tornou ingovernável e desde 1995 pouco foi feito para promover crescimento econômico. É preciso reverter isso com urgência para o Brasil não quebrar”, alertou.
Mas, segundo ele, nem tudo está perdido, pois as cooperativas estão resgatando o processo de crescimento no país com ações coletivas. Por isso o núcleo da ACIRS tem o objetivo de fortalecer o cooperativismo na região. E uma das ações já realizadas foi a pesquisa socioeconômica das cooperativas, divulgada durante o evento.
O Fórum das Cooperativas do Alto Vale do Itajaí contou com apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (SESCOOP), Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC) e Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).