Santa Catarina, no acumulado de 12 meses (até janeiro de 2020), registrou crescimento de 8,7% na inadimplência, de acordo com um relatório da Boa Vista/FACISC. Rio do Sul teve a maior variação entre as cidades pesquisadas, chegando a 16,9%. Blumenau aparece em segundo, com alta de 14,7%.
Segundo o economista da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina, Leonardo Alonso Rodrigues, o resultado acumulado em 12 meses demonstra uma sinalização de crescimento da inadimplência em relação a um período de quedas sucessivas do indicador, que desde setembro de 2014 mantinha recuo. “Para o acumulado de 12 meses até janeiro de 2020, Santa Catarina registrou crescimento de 8,7% da variação da inadimplência e de 3,6% na recuperação de crédito ao consumidor”.
Além de Rio do Sul e Blumenau, no acumulado de 12 meses a variação foi maior também em Chapecó (13,4%) e Joinville (13,2%). “Nenhuma das cidades pesquisadas registraram queda no indicador nesta base de comparação”, explica Rodrigues.
Em relação à inadimplência de dezembro de 2019 a janeiro de 2020, Santa Catarina teve aumento de 0,9%. Em relação às cidades pesquisadas, o resultado também foi maior em Rio do Sul (1,6%), seguido de Chapecó (1,4%). Neste caso, apenas Caçador registrou queda no indicador (-0,2%) no mês.
Recuperação de crédito
Pelo lado da recuperação de crédito, a variação nos 12 meses em Santa Catarina foi de 3,6%. Nas cidades foi maior em Blumenau (26,2%), Rio do Sul (24,1%), Criciúma (22,1%), Chapecó (21,2%), São Bento do Sul (20,6%) e Tubarão (19,3%). Nenhuma das pesquisadas registraram queda no Indicador de Recuperação de Crédito nesta base de comparação também.
Já de dezembro de 2019 a janeiro de 2020, o Indicador de Recuperação de Crédito do Consumidor foi de 0,3% em Santa Catarina. Esse é o segundo ano consecutivo de crescimento do indicador nesta base mensal de comparação. E com exceção de Rio do Sul (1,0%) e Chapecó (0,3%), as outras oito cidades pesquisadas registraram queda no indicador nesse período, onde os maiores recuos se deram em Florianópolis (-1,6%), Tubarão (-1,3%) e Lages (-1,2%).
“Os números mostram que o consumidor final está voltando ao mercado, indo às compras e, aos poucos, a economia vem se recuperando. É possível observar ainda que muitos estão optando pelo parcelamento, mas não estão cumprindo com o que foi acordado em relação ao pagamento. Lembrando que após 90 dias, ou seja, deixando de pagar três parcelas, o nome do devedor já é incluso no banco de dados de inadimplente. E agora é fundamental um cuidado maior por causa do coronavírus, que já desacelera a economia e deverá afetar ainda mais. Por isso é importante o controle financeiro das famílias”, observa o presidente da ACIRS, Eduardo Schroeder.
Santa Catarina no contexto nacional
No Brasil, o Indicador de Registros de Inadimplentes registrou queda de -2,0% e o Indicador de Recuperação de Crédito do Consumidor recuou -2,9% para o resultado acumulado em 12 meses (até janeiro de 2020). “No contexto nacional, Santa Catarina foi o estado que auferiu o maior crescimento pelo lado da inadimplência (8,7%) e o nono maior crescimento pelo lado da recuperação de crédito do consumidor (3,6%)”, detalha o economista.
O presidente da FACISC, Jonny Zulauf, explica que o resultado dos indicadores deriva de uma recuperação do crescimento econômico no estado mais acelerado do que acontece no país, tanto na produção e vendas, bem como na geração de empregos. “Os números atuais podem estar revelando um movimento econômico mais expressivo no Estado, refletidos nos indicadores também de inadimplência e recuperação de crédito”.
Em 2019, Santa Catarina registrou crescimento de 71.406 vagas de empregos formais e mantém a menor taxa de desemprego do país (5,3%). “Entre esses fatores, com um maior volume de vendas e aumento do consumo, parte dos compromissos realizados no período deixaram de ser honrados, impactando na variação da inadimplência. Por outro lado, com um aumento do emprego e recuperação da renda, parte das famílias catarinenses registram um reequilíbrio dos compromissos, elevando assim também a recuperação de crédito”, explica Rodrigues.
Informação: Silvia Chioca – Foco Gestão da Comunicação / FACISC