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Núcleo da Mulher conhece mais um exemplo de determinação

Sala de Imprensa: Notícias 21/10/2015
Núcleo da Mulher conhece mais um exemplo de determinação

Quem olha para aquela mulher confiante e comunicativa não imagina as dificuldades que ela passou em sua vida pessoal e profissional, mas que a lapidaram para o futuro. Dirce Sborz, da empresa de confecções Rafree, aceitou o convite do Núcleo da Mulher Empresária (NUME) da Associação Empresarial de Rio do Sul (ACIRS) para apresentar sua trajetória ao grupo, durante a quarta edição do Encontros Empresariais, evento criado pelo núcleo para apresentação de cases de sucesso e troca de experiências.

Coragem e determinação resumem a história da filha dos agricultores Anita e Daniel Maschio, que se orgulha de ter trabalhado na roça, ter cuidado de crianças, limpado, cozinhado e vendido roupas de porta em porta. “Isso tudo me ensinou a ser quem sou hoje”, contou Dirce. Com pouco mais de dois anos de vida, ela perdeu a mãe e foi criada pelas irmãs e o pai. Apesar de não ter um diploma de curso superior, Dirce buscou se aperfeiçoar o quanto pôde com as experiências que viveu. “Eu queria muito aprender, crescer e trabalhar. Cheguei a passar em um concurso para Agronomia, em Florianópolis, mas meu pai, protetor como era, não me deixou ir”, lembrou.

Talvez ele soubesse em seu íntimo que o destino da filha seria outro, já que insistiu para que ela aprendesse a costurar. “Eu odiava costurar. Só que com o passar do tempo, vi que tinha o dom para fazer roupas e comecei a trabalhar na Daksul, empresa da minha irmã e cunhado”, contou. A habilidade foi se desenvolvendo até que ela percebeu que seu Daniel Maschio estava certo. “Às vezes não queremos o que temos, queremos o que é do outro, mas assumi meu potencial para a confecção”.

Dirce casou-se aos 20 anos com o bancário Nilo Sborz. “Ele tinha uma profissão muito respeitada na época, mas a minha era a mais humilhante para uma jovem. Só eram costureiras as senhoras idosas”. A empreendedora contou que não foi fácil começar a produzir, pois não havia toda a infraestrutura que existe hoje. “São Paulo agora é um paraíso para quem vai buscar mercadorias”, brincou. Seus três filhos vieram ao mundo em momentos de dificuldades, mas nem por isso ela desistiu dos sonhos que tinha. “Eles cresceram junto com a gente, acompanharam todos os desafios e se tornaram pessoas fortes”.

Após a enchente de 1983, ela e o marido resolveram montar uma lavanderia de jeans. “Nos endividamos muito para começar. A situação econômica do país estava complicada. Tivemos que vender alguns bens para quitar os financiamentos. Trabalhávamos dia e noite”. Um problema de saúde a fez voltar para a costura, numa sala, em casa. Dirce recebeu apoio de muitas pessoas, mas nem todos acreditavam em seus objetivos como ela. “A Rafree nasceu quando comprei 70 metros de tecido, costurei bermudas, vendi e com o dinheiro paguei o fornecedor”.

Ela lembra com tristeza do incêndio que destruiu a empresa em 1991. “Eu tinha certeza que apesar de tudo, não era o fim, eu tinha mais para fazer. Tive coragem para fazer coisas que hoje não imaginaria repetir. Recomeçamos do zero e estamos firmes, com 30 anos da Lavanderia Solar e 28 da Rafree. Quando jovem, lutei contra mim mesma, pois não queria ser costureira, mas isso é minha vida e amo o que faço!”, concluiu a empresária, que no final também respondeu questionamentos das nucleadas e deu orientações sobre como conciliar família e trabalho. Dirce foi homenageada pelo NUME neste ano, no 5º Março Mulher. Ela também realiza trabalhos voluntários, mas prefere ajudar sem fazer muito alarde.

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