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O Brasil que temos e o Brasil que queremos

Sala de Imprensa: Notícias 18/10/2013
O Brasil que temos e o Brasil que queremos
S�o 19 anos de espera para construir a BR 101, s�o mais de 20 anos esperando pela duplica��o da BR 470 e, no outro prato da balan�a est� uma carga tribut�ria que engessa o crescimento das empresas. Esses s�o apenas alguns fatos citados durante o Congresso da Facisc, realizado em Florian�polis, e que teve como tema �O Brasil que queremos�.
 
Mas, o Brasil n�o � assim por acaso. � resultado de nossa forma��o pol�tica e hist�rica. Essa afirma��o foi feita pelo jornalista e comentarista, Arnaldo Jabor, convidado para palestrar durante o evento. �Fomos colonizados por Portugal, durante o s�culo XVI, na �poca da Renascen�a, com um modelo pol�tico/administrativo que foi o principal problema para n�s: o patrimonialismo�, contou Jabor. No patrimonialismo, o governante age como se o pa�s fosse seu patrim�nio e o cidad�o vive em fun��o do bem do estado e n�o o contr�rio. �Uma s�rie de distor�es e v�cios geraram isso e nos prejudicaram muito. Temos dificuldades em nos modernizar, nos tornamos muito dependentes do estado�, ressaltou. 

O jornalista alertou que a sociedade brasileira � reprimida e desanimada e que cultiva a �fracassomania�, n�o acreditando nas pr�prias capacidades e dando mais valor ao individualismo e pouca import�ncia ao que � de interesse coletivo. �Al�m disso, a corrup��o, a burocracia e a educa��o ruim tamb�m s�o v�cios que impedem nosso desenvolvimento e que causam as desigualdades sociais�, completou. 

Para ele, o analfabetismo funcional � um desejo dos poderosos, pois torna mais f�cil a domina��o do povo. �S�o as oligarquias que mandam no estado, na cidade. Pequenos grupos que praticam o salvacionismo. N�o precisamos disso, precisamos de moderniza��o, de palavras no presente e n�o no futuro, de a�es concretas para tornar o pa�s mais r�pido, agente de si mesmo e n�o com puxa-saquismos e traidores�, desabafou. 

Ao analisar as diversas crises que o Brasil passou, Jabor comentou sobre as recentes manifesta�es populares. �Essas mobiliza�es aterrorizaram os pol�ticos. Com as novas tecnologias da comunica��o o cidad�o toma consci�ncia dos fatos imediatamente. Isso for�a a evolu��o no pa�s e amea�a o patrimonialismo�. 

Ele tamb�m lembrou que ap�s 21 anos de ditadura militar a sociedade quis uma nova forma de governo, com liberdade de express�o. �A democracia veio para saciar a fome por essa nova vida. Mas nossa democracia j� come�ou com uma trag�dia: a morte do primeiro governante eleito indiretamente, Tancredo Neves. Depois, foi uma sucess�o de desastres. A infla��o disparou na era Sarney e Collor. A democracia nos fez ver a dificuldade em gerir um pa�s com tantos erros vindos da coloniza��o. Tivemos v�rios planos econ�micos que n�o deram certo e uma infla��o que chegou a 2.000% ao ano�.  

O comentarista citou ainda o esc�ndalo do congelamento das contas banc�rias. �Collor e PC Farias nos fizeram ver que o Brasil � uma chanchada. Os corruptos mostraram, de forma did�tica, como � o Brasil de verdade. Essa crise despertou a segunda fome: por uma rep�blica. Entendemos que n�o basta ter liberdade, � preciso organizar as coisas para a democracia acontecer concretamente e n�o apenas em palavras, ela precisa funcionar�. 

O plano Real, na opini�o de Jabor, trouxe a estabilidade monet�ria. E para a rep�blica funcionar ele sugere que o governo incentive a iniciativa privada, evitando que o governo financie tudo. �Lula tinha condi�es, mas n�o fez nenhuma reforma, apenas garantiu a sua sucessora. Ela tamb�m n�o conseguiu fazer as reformas�. 

Sobre a situa��o atual, ele concluiu que o pa�s est� passando por uma forte transi��o pol�tico administrativa. 


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