Felipe França, formado em Economia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), realizou uma pesquisa científica para identificar as principais atividades econômicas de Rio do Sul. O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) recebeu nota máxima dos avaliadores. O resultado da pesquisa, baseada em dados de órgãos oficiais, foi apresentado durante reunião do Núcleo Imobiliário (NIMOB) da Associação Empresarial de Rio do Sul (ACIRS), na noite de segunda-feira, 10 de agosto.
Com o título “Diversificação industrial como fator de dinâmicas territoriais: A experiência de Rio do Sul” Felipe mostrou como o município vai na contramão da realidade econômica catarinense e brasileira. “Enquanto a indústria no Brasil vem sofrendo quedas constantes desde 1985, Rio do Sul cresce porque tem uma indústria diversificada”, afirmou ele, que também apresentou as principais características industriais de cada região do estado e do Vale do Itajaí.
“Os indicadores rio-sulenses ficaram acima da média estadual nos últimos anos, evitando o movimento migratório para outras regiões”, complementou. França prova isso com dados do IBGE, mostrando que em 2010 a indústria de Rio do Sul era responsável por 39,2% do Produto Interno Bruto brasileiro (PIB), enquanto Santa Catarina respondia por 34% e as demais indústrias no país contribuíam com 26,8%. “O setor industrial do município gerou 3.431 postos de trabalho entre os anos de 2000 e 2010. A cidade teve um aumento de 119% no número de empregos formais em dez anos, sendo que no estado a média ficou em 71%”.
A pesquisa também traz informações sobre as mudanças nas vocações industriais das regiões. A maioria dos municípios caminha para a monoindustrialização, onde prevalece apenas um setor como principal atividade econômica. Já em outros, como é o caso de Rio do Sul, a indústria vem se diversificando intensamente nos ramos: Eletro metalmecânico, vestuário e alimentício. “Esse três setores ampliaram suas atividades nas últimas décadas, tornando a região uma referência na diversificação industrial”.
Só que, segundo ele, as políticas públicas estão voltadas para o desenvolvimento econômico de regiões monoindustriais. “Com isso, Rio do Sul fica à margem dos investimentos, principalmente em infraestrutura. As empresas só permanecem aqui por que nasceram aqui e estão enraizadas no município”, salientou. “Fica difícil então visualizar uma duplicação da BR-470 se o próprio governo não reconhece a força industrial da região e acha que o foco da economia do Alto Vale é apenas a agricultura familiar”, afirmou França.
Ao final das explicações ele respondeu questionamentos dos integrantes do NIMOB, fazendo também uma análise sobre a relação entre crescimento populacional e industrial. A nucleada Thabita Aline M. L. Helmann concluiu os comentários dizendo que “Quando a indústria vai bem, quando a economia de Rio do Sul está bem, os negócios acontecem. Todos ganham com isso, inclusive o setor imobiliário”,