Quem mora no Vale do Itajaí sente de forma direta os reflexos das enxurradas, enchentes, inundações e deslizamentos. Mas mais do que saber o que fazer nessas ocorrências, é importante saber se soluções são possíveis e como fazer parte delas.
Ao longo dos últimos anos, várias alternativas foram levantas por diferentes grupos na comunidade, principalmente, com o foco em solucionar os problemas das enchentes. As dúvidas, todavia, só aumentaram. Com o objetivo de alinhar informações e dar publicidade aos projetos em desenvolvimento para o enfrentamento das enchentes no Vale do Itajaí, entidades de Rio do Sul convidaram a Defesa Civil de Santa Catarina para apresentar as propostas e quais os possíveis impactos. A reunião foi realizada nesta segunda-feira, 09.
O secretário de Defesa Civil, Rodrigo Moratelli, explicou questões técnicas das obras, falou sobre o processo de licenciamento ambiental, orçamento, captação de recursos, dificuldades e os reflexos das medidas para a região. Ponto a ponto, explicou de que forma muitas das medidas sugeridas pela própria comunidade já haviam sido avaliadas e descartadas na fase do Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica, como o canal extravasor próximo ao aeroporto de Lontras.
O projeto da Defesa Civil é constituído de quatro etapas e o cronograma prevê que as intervenções sejam executadas até 2024. “Como interagem dentro da bacia hidrográfica não é possível fazer as obras sem que estejam uma atrela à outra. O seu benefício deve ser somado e não podemos tirar o problema de uma região e repassar para a outra”, explicou Moratelli.
O evento foi positivo na avaliação da União das Associações de Bairros, como destaca o presidente Marco Aurélio Demarch. “Tínhamos muitas dúvidas e o projeto ontem foi muito bem explicado e houve uma participação bem grande da comunidade. Agora há muito mais pessoas sabendo do que vai ser feito, muitos multiplicadores. Se possível vamos estar ajudando a aprovar esse projeto e buscando recursos para que seja executado”.
Moratelli aproveitou o evento para salientar que a prevenção e a mitigação de desastres passa pelo envolvimento e por atitudes de cada cidadão. Orientou que todos acompanhassem o trabalho da Defesa Civil e que efetuassem o cadastro para o recebimento de alertas por mensagens de texto (SMS). Ao ser questionado pelo secretário, grande parcela do público assumiu que sequer utiliza a ferramenta.
Durante toda a exposição, Moratelli também foi firme ao apontar ações que devem ser lideradas pela sociedade civil, compromissos que devem ser assumidos pelos municípios na gestão do uso do solo e no planejamento urbano e ações que precisam ser articuladas entre todos.
O objetivo é que novas reuniões e encontros sejam realizados para discutir o tema. “Penso que a grande diferença é que a população tem em mente um histórico de 1980, 90 ou 2000, que já não é mais válido para o modelo que existe hoje na Defesa Civil de Santa Catarina. Atualmente, existe uma secretaria com tecnologia, conhecimento, capacidade, com pessoas e processos muito diferentes. Na apresentação, essa amplitude de conhecimento, soluções e estudos feitos puderam ser vistos. Não são soluções simples, não é uma que vai amenizar, são várias, é a correlação entre elas, como foi explicado”, pontuou o diretor institucional da ACIRS, Eduardo Schroeder.
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